09 outubro 2006

Os "Rapazotes" andam saídos da casca!

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) manifestou-se o mês passado contra a eventual abertura de novos cursos de medicina, alegando que as actuais escolas médicas já disponibilizam "um excesso de vagas" em relação às necessidades do país. "Em causa está a ideia que se tem generalizado nos últimos anos de que são precisos novos cursos de medicina, mas criticamos em particular a recente petição da JSD/Algarve a pedir um curso de medicina na Universidade do Algarve", disse ao Gervásio a presidente da ANEM, Rita Rapazote.

Segundo a ANEM, nesta petição, já entregue na Assembleia da República, a JSD refere que entre 2013 e 2020 haverá um défice de médicos devido a um aumento do número de aposentações, ultrapassando o número de novos licenciados.

Os estudantes de medicina contrapõem que um estudo do Grupo de Missão Para a Saúde de 2003, coordenado pelo "professor" (professor doutor, topas?) Alberto Amaral, conclui que entre 2000 e 2020 deverá verificar-se um excedente de 6.350 (reparem bem na precisão deste estudo) novos licenciados relativamente ao número de aposentações. "A estes dados, já de si preocupantes, acrescenta-se a agravante das imigrações médicas (especialmente de Espanha e da República Checa), bem como o crescente aumento do numerus clausus", sublinha Xôutora Rapazote. "A implementação de um novo curso implicaria uma grande concentração de recursos, quer a nível de infra-estrutura quer de equipamentos, aumentando o orçamento da formação por cada aluno, que actualmente é de mais de 10 mil euros por ano", argumentam.

Ó Xôutora Rapazote: Os médicos em Portugal ganham exorbitantemente bem (aqui no exílio eles custam bem menos), os hospitais andam a recrutar médicos e enfermeiros Espanhóis (pois parece que os médicos Portugueses só querem é ter o seu consultório privado) e o lobby da indústria médica continua a cheirar mal (não vou falar dos farmacêuticos, caso contrário teríamos matéria para debitar até ao final da semana!). Os Xôutores andam aterrorizados com a competição de médicos estrangeiros (fazendo choradinho e tentando boicotar projectos nacionais de inserção social e profissional, incluindo programas de fundações e organizações não governamentais), o sistema continua com lacunas e falta de eficiência, só os marrões conseguem ser médicos enquanto que os que têm vocação vão para enfermeiros, e a Xôutora Rapazote não está contente por ser uma privilegiada?

O nosso Ministro Sombra da Saúde, Xôutor Dos Santos, irá, entre outras coisas, explicar-lhe que um dentista custa 60 euros em Lisboa e em Londres custa 15 libras e que para tirar uma simples radiografia num hospital público tem-se de tirar um dia de férias enquanto que cá fora leva 1 ou 2 horas.

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a perceber?

1 Comments:

At 3:28 da tarde, Blogger Gervasio said...

Em Portugal é só pessoas interessadas em aumentar o Turismo!
Qualquer dia o nosso Serviço Nacional de Saúde vai virar case study também e vai aparecer aí outra delegação da OCDE a vistar esta nova especificidade do nosso país!
De facto, não é todos os dias que se visita uma coisa destas! Segundo os "Rapazotes" a nossa realidade em termos de saúde de tão maravilhosa que é, poderá mesmo ser comparada (por exemplo) às Pirâmides de Gizé, ao Taj Mahal, ou à Grande Muralha da China!
Em comum com estes grandes monumentos tem não só a grandiosidade, mas também a antiguidade.
O turismo português farta-se de dar cartas face aos mais directos rivais. Qualquer dia vamos lançar o pacote "Visita aos hospitais portugueses" para competir com os mais recentes roteiros criados para visitar os locais do famoso livro "Código Da Vinci"!

 

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