26 outubro 2006

Afinal a culpa morre solteira!

A notícia diz tudo: "Os seis arguidos no processo relativo à queda da ponte de Entre-os-Rios saíram ontem absolvidos do Tribunal de Castelo de Paiva. Nenhum foi responsabilizado criminalmente, com o colectivo de juízes a considerar que os arguidos cumpriram com as obrigações de que estavam incumbidos, não se tendo feito prova suficiente para concluir que tivesse havido qualquer "violação de regras técnicas"." in DN (21/10/2006)

Porém, explorando mais detalhes da noticia o Gervásio fica algo perplexo: Para os juízes, "não se fez prova de que o pilar P4 não estava em segurança" nem de que a protecção com uma base de pedra deste pilar - que ruiu e originou o colapso da ponte - garantisse a sua segurança.
Ora bem, de facto depois desta conclusão por parte dos juízes, será que nós, "juízes de bancada" poderemos concluir que então o pilar P4 se encontrava em segurança à data do acidente?

Mas há mais: Uns arguidos foram ilibados porque no contrato firmado com a sua empresa não figurava qualquer reforço dos pilares, enquanto que outros (técnicos da ex-JAE) saíram em liberdade já que cumpriram os padrões de exigência exigidos para uma inspecção à ponte, uma vez que o pedido limitava-se à zona do tabuleiro, pelo que a inspecção foi "adequada".
A extracção de areias nas imediações da ponte, uma actividade muito referida pelos familiares das vítimas como potenciadora da queda, também não ficou provada.

A pergunta que urge responder é: mas afinal quem é o responsável pelo facto da ponte ter caído? Foi a água que corria na altura debaixo dos pilares? Foi, sem dúvida em grande parte responsável.
Mas será que quem pediu para que fosse exclusivamente inspeccionado o tabuleiro da ponte, não é em parte (mesmo que uma ínfima parte) responsável? Será os técnicos responsáveis pela inspecção não podiam ter tido uma dose de excesso de zelo e por isso ser (mesmo que) numa ínfima parte responsabilizados?
A conclusão que se tira é que não. Em Portugal a culpa morre (quase) sempre solteira!
Gervásio desabafando: "Talvez seja resultado do país que temos, ou quiçá, o país que temos talvez seja resultado disto..."
Ora ontem, o Sôutor Jorge Coelhone no programa "Quadratura do Círculo", da SIC Notícias, manifestou precisamente esta preocupação. Mas o Gervásio, macaco curioso, pergunta desde já ao Sôutor: Não deveria ter sido o Sôutor, antes de se demitir do cargo, a apurar internamente os responsáveis pela estrada em questão e a destituir imediatamente das respectivas comissões de serviço os dirigentes em funcões na altura?
Esperemos que tenha a oportunidade de responder no próximo programa.

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a comentar?

1 Comments:

At 12:03 da manhã, Anonymous Anónimo said...

http://gervablig.blig.ig.com.br/

tens um amigo brasileiro

 

Enviar um comentário

<< Home