18 junho 2007

Vivemos no país das CoinciDênciaS!

Recentemente, veio a público mais uma notícia sobre o caso “Portucale”. Para quem já não se recorda, este caso remonta a 20 de Fevereiro de 2005 (a quatro dias das eleições legislativas), data em que um despacho conjunto de três ministros do Governo de Pedro Santana Lopes autorizou o abate de 2.605 sobreiros. Os ministros do Ambiente, Luís Nobre Guedes (CDS-PP), Turismo, Telmo Correia (CDS-PP), e Agricultura, Costa Neves (PSD), assinaram o despacho que autorizava o abate dos sobreiros por considerar de "imprescindível utilidade pública" a construção de um projecto de desenvolvimento agro-turístico do Grupo Espírito Santo na herdade da Vargem Fresca, em Benavente.


Pois bem, após as investigações da Polícia Judiciária descobriu-se que nas contas do CDS-PP haviam sido detectados depósitos fraccionados de um milhão de euros feitos na conta do partido, em Dezembro de 2004 (dois meses antes das eleições legislativas de Fevereiro de 2005), dos quais se desconhece a origem.
Confrontados com estas suspeitas de tráfico de influências por parte do Grupo Espírito Santo para aprovação do referido projecto, os responsáveis do CDS-PP apressaram-se a justificar esses depósitos com a recolha de fundos junto dos seus militantes.
Depois de investigações mais detalhadas a estes recibos de donativos dos seus militantes a PJ descobriu que os comprovativos de quatro mil donativos obtidos em Dezembro de 2004 só foram passados em finais de Janeiro de 2005. Para além disso, a maioria dos recibos não tem escrito qualquer número de contribuinte, inviabilizando o apuramento da identidade dos mecenas.
Mas o facto mais curioso é que na referida lista de doadores contam nomes no mínimo invulgares (para não dizer ordinários), como é o caso de Jacinto Leite Capelo Rego (muitas piadas fáceis se poderiam fazer com este nome e alguns dos dirigentes centristas, mas não é esse o nosso móbil).
O Xoutor João Almeida, Secretário-geral do CDS-PP, veio já a público admitir que Jacinto Leite Capelo Rego «é um nome fora do comum», mas que o CDS «não tem culpa se um doador decide não escrever o seu verdadeiro nome nos recibos». Tem toda a razão Xoutor, mas não acha estranho que este caso se tenha tornado numa sequência exagerada de coincidências?
Aparentemente Portugal nunca é nem será o país das maravilhas, é mais o país das CoinciDênciaS!

O Gervásio diz, investigue-se!

Gervásio.
E você? Quanto tempo mais vai levar a duvidar das coincidências?