27 maio 2010

Este país não é para corruptos


(...) Que Portugal é um país livre de corrupção sabe toda a gente que tenha lido a notícia da absolvição de Domingos Névoa. O tribunal deu como provado que o arguido tinha oferecido 200 mil euros para que um titular de cargo político lhe fizesse um favor, mas absolveu-o por considerar que o político não tinha os poderes necessários para responder ao pedido. Ou seja, foi oferecido um suborno, mas a um destinatário inadequado. E, para o tribunal, quem tenta corromper a pessoa errada não é corrupto - é só parvo. A sentença, infelizmente, não esclarece se o raciocínio é válido para outros crimes: se, por exemplo, quem tenta assassinar a pessoa errada não é assassino, mas apenas incompetente; ou se quem tenta assaltar o banco errado não é ladrão, mas sim distraído. Neste último caso a prática de irregularidades é extraordinariamente difícil, uma vez que mesmo quem assalta o banco certo só é ladrão se não for administrador.

O hipotético suborno de Domingos Névoa estava ferido de irregularidade, e por isso não podia aspirar a receber o nobre título de suborno. O que se passou foi, no fundo, uma ilegalidade ilegal. O que, surpreendentemente, é legal. Significa isto que, em Portugal, há que ser especialmente talentoso para corromper. Não é corrupto quem quer. É preciso saber fazer as coisas bem feitas e seguir a tramitação apropriada. Não é acto que se pratique à balda, caso contrário o tribunal rejeita as pretensões do candidato. "Tenha paciência", dizem os juízes. "Tente outra vez. Isto não é corrupção que se apresente."

Ricardo Araujo Pereira, Boca do Inferno, 29 de Abril de 2010


Gervasio
E voce? Quanto tempo mais vai levar a perceber?

20 maio 2010

Director do DN da Madeira demite-se por pressões de Jardim

O jornalista Luís Calisto demitiu-se de director do Diário de Notícias (DN) da Madeira. A decisão é "emergente do regime de excepção criado à comunicação social madeirense" pelo presidente do governo regional, Alberto João Jardim, explicou Luís Calisto em editorial em que lamenta a complacência dos órgãos de soberania face à "estranha democracia" na Madeira e aos "criminosos atentados contra a liberdade de imprensa na região de que têm conhecimento".

Calisto acusa Jardim - “habituado a estracinhar adversários e até companheiros seus na praça pública, e a fazer bullying com a imprensa” - de numa “manobra vil e crapulosa” ao procurar afastá-lo da direcção do maior jornal regional do país.

Além de denunciar “o sufoco e cerco” ao DN da Madeira “congeminado e perpetrado” por Jardim “para concretizar o seu antigo projecto de fechar” o centenário matutino madeirense, Calisto critica a sua “estratégia de desvirtuar o mercado regional dos media, passando expressamente a beneficiar em 1992 um jornal concorrente - o Jornal da Madeira (JM) - com uma verba anual astronómica”: 42 milhões de euros na última década que corresponde a cerca de dois euros por exemplar.

(...)

Por fim, Luís Calisto lamenta que, apesar de terem “conhecimento dos criminosos atentados contra a liberdade de imprensa na Madeira, o Presidente da República, a Assembleia da República, a ERC, os tribunais, os partidos políticos, o governo de Lisboa” não tenham actuado. “Infelizmente, o que esses dignitários e instituições fazem é vir cá elogiar 'a superior qualidade da democracia na Madeira' e a 'obra' realizada pelo 'democrata' dr. Jardim”, conclui.

In Público, 13 Março 2010

Gervásio
E voce? Quanto tempo mais vai levar a perceber?

13 maio 2010

Navegar no Facebook e' em casa!


Março de 2010: Intervenção do deputado José Lello na sessão parlamentar do dia 19 de Março de 2010. Alguem explicou ao Senhor deputado que na Assembleia da Republica e' para trabalhar e nao para andar a navegar no Facebook? O Gervasio nao resiste a voltar a publicar o video.

Gervasio
E voce? Quanto tempo mais vai levar a perceber?

08 maio 2010

"Todos tem os seus azares!"


No vídeo realizado pela revista pode ver-se que o deputado, e vice-presidente da bancada parlamentar do PS, se sentiu incomodado com o modo como estava a ser conduzida a entrevista e se levantou, pegando nos dois gravadores e enfiando-os no bolso.

A entrevista, a que a revista chama “Fogo Cruzado” e que se traduz por ser uma “entrevista dura”, como descreve a própria revista no cabeçalho, interrogou Ricardo Rodrigues sobre vários assuntos críticos do seu percurso político, nomeadamente sobre o envolvimento, enquanto advogado, sócio e procurador, de Débora Raposo, condenada em 2008 a uma pena de prisão de cinco anos por burla e falsificação de documentos, num processo que defraudou em vários milhões de euros a Caixa Geral de Depósitos de Vila Franca do Campo, nos Açores, lembra hoje a revista. E questionou ainda Ricardo Rodrigues sobre o processo por difamação que o deputado perdeu contra o jornalista Estêvão Gago da Câmara que o acusou de estar envolvido com um “gangue internacional”. O tribunal ilibou o jornalista por considerar que, apesar do termo ser ofensivo, estava “justificado em factos”.

Mas foi quando os dois jornalistas da Sábado questionaram o deputado sobre uma onda de boatos que o envolviam numa rede de pedofilia nos Açores, em 2003, altura em que se afastou do cargo de secretário Regional do Governo dos Açores, que Ricardo Rodrigues se exaltou, levantando-se e pegando discretamente nos gravadores. “Os tribunais não me acusam e...e agora...os tribunais...os senhores não estão bons da cabeça...”.

O Sindicato dos Jornalistas condenou a atitude do deputado Ricardo Rodrigues, qualificando-a como “um acto condenável em qualquer pessoa”. Já o presidente do grupo parlamentar do PS, Francisco Assis mantém “em absoluto” a confiança política no seu vice Ricardo Rodrigues. “Ricardo Rodrigues é um dos melhores deputados da Assembleia da República”, disse Assis.

O Gervasio esta enganado ou o deputado Ricardo Rodrigues e' da Comissao de Etica da Assembleia da Republica?

Gervasio
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02 maio 2010

"Manso é a tua tia, pá!"


O debate quinzenal com o Governo na Assembleia da República aqueceu, no passado dia 16 de Abril, na sequência de uma troca de palavras entre José Sócrates e Francisco Louçã: «Manso é a tua tia, pá!» – exclamou o Primeiro-Ministro.

Francisco Louçã tinha dito que, «de intervenção em intervenção, o primeiro-ministro vai ficando um pouco mais manso». José Sócrates não gostou e, sem o microfone aberto, respondeu. No entanto, é reconhecível no vídeo abaixo a afirmação de Sócrates.

Gervásio
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