26 fevereiro 2007

Apitó Comboio!

A Refer despediu um responsável, em Junho de 2006, com uma indemnização de 210 mil euros e três meses depois foi contratado pela Rave, outra empresa do grupo! Rui Reis, porta-voz da Refer, confirmou este escandâlo aos meios de comunicação social.

Manuel Lopes Marques, ex-director-geral de exploração e conservação da Refer, empresa presidida por Luís Pardal, saiu a seu pedido em Junho de 2006, recebendo uma indemnização de 210 mil euros correspondentes a 35 anos de trabalho. No último trimestre do ano passado voltou a ser contratado para assessor do conselho de administração da Rave-Rede Ferroviária de Alta Velocidade, que é presidida também por Luís Pardal, com um vencimento mensal de cerca de EUR 5,000. Rui Reis considerou normal a transferência, referindo que Manuel Lopes Marques, 61 anos, era o único técnico exterior à Rave que poderia dar uma assessoria técnica no projecto do TGV. O Xôutor Reis acrescentou ainda que no último trimestre do ano passado vários consultores deixaram o projecto do comboio de alta velocidade, pelo que houve necessidade de criar uma assessoria técnica.

Como esta história cheira mal, o Gervásio resolveu investigar os arquivos da Refer e descobriu que Luís Pardal ja tinha feito das suas no passado!

Joaquim Barbosa, engenheiro da área de sinalização da empresa, rescindiu o contrato em 2004 (durante a administração de Brancaamp Sobral na empresa), numa altura em que o seu ordenado rondava os 5,000 euros e recebeu uma indemnização de 120 mil euros. Mas em finais desse ano, pouco depois de Luís Pardal ter sido nomeado presidente da empresa, é contratado como consultor para assessorear o conselho de administração por cerca de 6,000 euros por mês.

Tratando-se de uma empresa em reestruturação, a Refer tem uma porta aberta para negociar a rescisão com os seus trabalhadores que queiram sair a troco de uma indemnização. Tem sido desta forma que a empresa tem vindo a diminuir o seu quadro de pessoal sem grandes tensões sociais. No entanto, alguns regressam como consultores para a própria empresa ou suas participadas.

Comentários para quê!?!? Alguém tem de ser responsabilizado por estas incompetencias e por toda esta escandaleira (Luís Pardal?)! Esta novela foi confirmada e assinada pela própria Refer! Já estamos na altura de denunciar e responsabilizar estas situações! A conclusão é so uma: O conselho de administração da Refer é incompetente e anda de tanga!

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a perceber?

PS Para vossa informação, a Rave teve um resultado negativo de cerca de 22 mil euros em 2005 (último ano de que existem dados), enquanto a Refer fechou o ano passado com perdas de mais de 160 milhões de euros (!!!).

22 fevereiro 2007

É Carnaval! Ninguém leva a mal (?)

Alberto João Jardim: fundador e líder do PSD-Madeira desde 1974 e chefe do executivo madeirense desde 1978, já garantiu quarenta vitórias eleitorais na Região Autónoma da Madeira, fazendo inveja a todos os Kim Jongs e Mugabes por esse Mundo fora.

O Gervásio já andava à muito tempo para escrever sobre Alberto João. AJ é uma autêntica personagem trágica que tem habituado os Portugueses a espectáculos de folclore nos últimos 30 anos.

A semana passada, AJ acusou os Portugueses de não terem "testículos" para dizer que o referendo à despenalização do aborto "não é vinculativo”. Acrescentou ainda que “se entender que a Assembleia da República está a fazer uma lei que atenta contra as normas da Constituição que defendem o valor da vida, vou levantar a inconstitucionalidade”. AJ é a prova de que políticos mal-educados também ganham eleições em Portugal!

Já estamos habituados a crises de “educação” por parte de AJ. Menos usual é AJ não cumprir um mandato até ao fim! AJ demitiu-se (para forçar eleições antecipadas) no mesmo dia em que a Lei das Finanças Regionais foi publicada em Diário da República. A nova lei reduz as transferências para a Madeira (um corte que poderá atingir os 34 milhões de euros já em 2007), limita o endividamento e proíbe o Estado de assumir as dívidas regionais – situações consideradas inaceitáveis por Alberto. AJ, qual Fidel Castro, logo se apressou a dirigir uma declaração “ao povo madeirense” no sentido de tentar provar que não está agarrado ao poder" (sendo Carnaval, este discurso vem mesmo a calhar).

1. O actual Governo Regional da Madeira permanecerá em funções até à tomada de posse do novo governo madeirense, ficando limitado à prática dos actos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos. Os Madeirenses com certeza que agradecem esta pausa governativa.
2. AJ acusa Sócrates de proceder a actos ditatoriais e inconstitucionais. Em Dezembro de 2006, os sociais-democratas pediram a fiscalização do diploma, mas, já em Janeiro de 2007, os juízes do Tribunal Constitucional pronunciaram-se a favor da lei. Xôutor Alberto, espero que o TC o tenha conseguido esclarecer.
3. A antiga lei obrigava que as verbas a transferir num ano nunca poderiam ser inferiores às transferidas no ano anterior. A lei actual passou por fazer desaparecer esta obrigação e por introduzir uma regra que liga as transferências orçamentais à evolução do PIB. Nada de anormal no entender do Gervásio.
4. Esta Lei reforça a autonomia e a responsabilidade tributária da Madeira. Antigamente, o Xôutor Alberto gastava mais do que tinha direito e quem tinha sempre de cobrir a irresponsabilidade era o Governo em Lisboa. Este deboche acabou: se a Madeira gastar mais, esse excesso é descontado das verbas a transferir no ano seguinte.
5. De acordo com o Eurostat, a Madeira é a segunda região mais rica de Portugal a seguir a Lisboa, com um rendimento per capita de 90,8% face à média da União Europeia. Inclusive, a região já não preenche os critérios mínimos (PIB per capita inferior a 75% da UE-15) para pertencer ao Objectivo 1 de convergência da UE para o período 2007-2013. Um Madeirense não tem mais direitos que um Alentejano. E a cultura de solidariedade deveria continuar a existir em Portugal.
6. O seu homólogo Carlos César afirmou mesmo que a demissão de Alberto "não resolve nenhum problema da Madeira, mas antes adensa a precariedade da opinião pública nacional sobre as autonomias regionais". César acrescenta ainda que AJ "não presta um bom serviço às autonomias regionais e não privilegia valores que nós, nos Açores, privilegiamos, que são a estabilidade e a credibilidade das instituições”. O Gervásio não podia estar mais de acordo!

Xôutor Alberto João, as eleições regionais servem para determinar o governo regional e não para confrontar os órgãos de soberania! Deixe-se de folclores, tenhas aulas de boa educação com a Paula Bobone e não se recandidate! Faria um grande favor a todos os Madeirenses e a Portugal!

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a dizer “Alberto João para a rua”?

17 fevereiro 2007

1 Manel + 1 Manel = 1 Manel e meio

Depois de deixar assentar a poeira, o Gervásio aproveita finalmente para reagir e comentar as declarações de Manel Pinho, Ministro da Economia e da Inovação (reparem que “Inovação” nem sequer devia estar aqui), na sua “excursão” à China no início deste mês.

Manel Pinho apelou ao investimento chinês para Portugal com o argumento dos baixos salários nacionais no contexto da União Europeia. Não deveria ser aceitável que um Ministro com as responsabilidades de Manel Pinho se vanglorie dos baixos salários que os Portugueses recebem, e demonstre que esses baixos salários são um instrumento que o Governo está a usar para promover potenciais investimentos externos. O CDS-PP até gritou que a Manel Pinho “só falta que vá à Arábia Saudita apresentar as areias de Portugal ou que nas Seicheles apresente o turismo como o nosso factor de competitividade” (o Gervásio vê-se obrigado a sublinhar esta declaração).

Manel Pinho contra-atacou dizendo que os seus críticos agem de má fé. Incluído os sindicatos, “que são forças de bloqueio ao desenvolvimento em Portugal” (e você Manel, o que é?). A acrescentar a todas estas infelicidades, Manel Pinho ainda foi fazer choradinho ao Jornal de Negócios, em que se auto-intitulou “the one they love to hate”. Ó Xôutor, você não se chama José Mourinho, personagem que se adora ou que se odeia, o Xôutor é apenas mais uma infeliz personagem "Batatinha com Açúcar".

Desde então, Manel Pinho tem sido capa de jornais, revistas e blogs. Esta personagem começa a ficar ligada a demasiados incidentes infelizes. Dá que pensar! O Gervásio anda confuso… tanto se fala de salários baixos como promete-se um choque tecnológico.

Se o Ministro não sabe, o Gervásio passa a explicar:
Deveria existir a consciência de basear o crescimento futuro em novos factores de competitividade e, portanto, adoptar um novo modelo de desenvolvimento com melhores condições de sustentabilidade. Este novo modelo terá de ser orientado por princípios de sustentabilidade ambiental e de sustentabilidade económica e financeira – o factor essencial da competitividade de uma economia não deve ser o preço da mão-de-obra e o Ministro já devia ter percebido isso! Até parece que o Governo não tem nada para apresentar em áreas fundamentais para o investimento estrangeiro.

O modelo de desenvolvimento em Portugal deveria ser suportado por uma cultura de crescimento orientada pelos princípios de desenvolvimento sustentável, com o objectivo geral de permitir que, no quadro de apenas uma geração, sejam superados os atrasos estruturais que nos separam do resto da Europa, nomeadamente reduzida produtividade, baixos níveis médios de habilitações literárias e qualificações profissionais, peso insuficiente das actividades de I&D, entre outros. O objectivo geral de aumento da produtividade é condição necessária para uma recuperação do atraso estrutural de Portugal. Tenham a Irlanda como exemplo!

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a dizer basta?

PS Entretanto, José Sócrates corrigiu o seu Ministro dizendo que Manel Pinho estava a falar de mão-de-obra qualificada. Se toda esta história não fosse uma novela tragédia, teria de ser uma comédia Chinesa!

12 fevereiro 2007

Manel Maria Sarilho escreve bestseller em Paris

De quatro em quatro dias há um deputado que é substituído no Parlamento, e desde o início desta legislatura, 30 deputados já renunciaram ao mandato. Parece que muitos deputados se manifestam desiludidos após a primeira experiência no Parlamento, especialmente em termos económicos. A baixa remuneração é um dos factores com maior peso, para que muitos deputados eleitos abandonem o Parlamento e não vejam o cargo como cativante.

Desde o início da actual legislatura, em Março de 2005, foram ainda registados 182 pedidos de substituição no Parlamento, sendo que, dentro destes, uma centena correspondem a pedidos de suspensão de mandato. A vida autárquica e saída para cargos em empresas ou instituições do Estado, são as principais razões que levam muitos deputados a deixar em definitivo o Parlamento.

Todos estes números levam o Gervásio a lembrar-se do Xôutor Manuel Maria Carrilho, entre outros. Esta personagem abandonou o cargo na Câmara Municipal de Lisboa há um mês (mesmo antes do escândalo que actualmente abala a autarquia lisboeta) por não conseguir compatibilizar a responsabilidade autárquica com os deveres parlamentares. Ó Xôutor Manel Maria: antes de avançar para eleições a fim de saciar a sua sede pelo poder, deveria ter pensado nas consequências e nas responsabilidades a que se estava a comprometer com o eleitorado Lisboeta. Poderá argumentar que acabou de lhe nascer um filho e que precisa de mais tempo para acompanhar o crescimento do seu primogénito. No entanto, as suas férias de longo-prazo a Paris pagas pelos contribuintes Portugueses já não lhe tiram o sono. Como político imiscuído no poder, lá arranjou um tacho como representante na missão permanente de Portugal junto da UNESCO. Pelo menos Manel Maria não irá sentir solidão pois em Paris irá encontrar Ferro Rodrigues que ocupa o tacho de representante Português na OCDE. Manel Maria irá ainda ter tempo para escrever um livro, para uma editora francesa, sobre as metamorfoses da democracia no mundo contemporâneo. Os contribuintes agradecem! E o Gervásio já reservou o direito a comprar um livro na primeira edição (que irá certamente esgotar)!

Assistimos a toda esta novela apesar de Manel Maria ter garantido que ia permanecer como vereador até ao final do mandato. O líder distrital do PS ajudou à festa e afirmou que a saída de Manel Maria já estava combinada à sete meses!

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a vomitar?

PS Alguém explica ao Gervásio o que é que a Bárbara Guimarães vê no Manel Maria?

05 fevereiro 2007

Kim Jong "da Silva"

Segundo a YTN, cadeia de televisão Sul-Coreana, e o South China Morning Post, jornal de língua inglesa de maior circulação em Hong-Kong, o filho mais velho do líder “espiritual” Norte-Coreano tem passaporte Português. Yeah! Isto significa que o descendente ao trono na monarquia comunista da Coreia do Norte é Português!

Kim Jong “da Silva”, filho de Kim Jong-il, vive há três anos em Macau e deve ter percebido as vantagens de ser cidadão Português. A presença de Kim Jong “da Silva” em Macau estará relacionada, de acordo com a YTN, com o congelamento de 24 milhões de dólares em várias contas bancárias de Kim Jong-il no Banco Delta Ásia em Macau. Em Setembro de 2005, os Estados Unidos mandaram suspender todas as transacções norte-coreanas com este banco de Macau depois de o acusar de distribuir moeda falsa na Coreia do Norte e de branquear dinheiro.

Em 2001, a personagem “Batatinha com Açúcar” foi deportada do Japão por ter entrado no país com um passaporte falso da República Dominicana. Kim Jong “da Silva” fazia-se acompanhar por duas mulheres e uma crianca de quatro anos identificada como o seu filho, e justificou-se na altura dizendo que estava apenas a tentar visitar a Disneylândia de Tóquio.

As bancadas parlamentares do PCP e do BE devem de estar contentes com a honra de ter uma personagem com o prestígio de Kim Jong Silva registado no consulado Português em Macau. Entretanto, o cônsul Português em Macau assegurou ao Gervásio que o passaporte do filho mais velho do líder norte-coreano só pode ser falso.

Conclusão: O PCP está na dúvida em levar “avante” a festa comemorativa de tão importante acontecimento algures no Barreiro. Estariam previstas as actuações de Bernardino Soares a cantar “Glória à Coreia do Norte e ao seu líder”, de Odete Santos a dançar salsa cubana e de o replay da K7 por parte de um grupo de velhotes Alentejanos.

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a comentar?

PS: Para uma gargalhada extra, rever o post “A Coreia do Norte é uma democracia! E o PCP está xéxé!” publicado dia 29 de Outubro de 2006.