29 outubro 2006

A Coreia do Norte é uma democracia! E o PCP está xéxé!

O BlogGervasio foi criado à exactamente um mês. E nada melhor do que pôr toda a gente a rir:

1. Há três anos, Bernardino Soares, líder parlamentar do PCP na altura, afirmou que a Coreia do Norte era "uma democracia" (reparem na foto em que Bernardino posa com o uniforme do exército norte-coreano).

2. Na semana passada o Comité Central do Partido Comunista Português exprimiu "solidariedade" ao líder comunista norte-coreano Kim Jong-il perante a escalada imperialista na Península da Coreia.

3. Dois dias depois, a bancada parlamentar comunista foi a única a concertar com Pyongyang, recusando apoiar um voto de protesto contra o teste nuclear efectuado na Coreia do Norte.

4. Finalmente, a edição desta semana do Avante! (e o sol brilhará para todos nós!) dedica uma página às teses oficiais daquele país, sob o título "Pyongyang quer a paz mas não teme a guerra".

Excelentíssimos Deputados Comunistas, permitam-me que lhes explique o seguinte: A República Popular Democrática da Coreia é uma ditadura socialista rigidamente centralizada que tem perpetuado uma situação de miséria para os seus 23 milhões de cidadãos (talvez 22 milhões pois o outro milhão pertence à máquina do partido ou faz parte das altas patentes do exército). A Coreia do Norte não merece a confiança da comunidade internacional pela sua obstrução das liberdades e da democracia. A “visão” do seu líder doente e “espiritual” apenas contribui para aumentar os riscos da escalada nuclear na região Ásia – Pacífico.

A Coreia do Norte até já foi apelidada de “primeira monarquia comunista” e é com certeza o último país estalinista do planeta. O regime promove repressões políticas aos opositores, prendendo-os, torturando-os, executando-os ou enviando-os para campos de trabalho forçado.

Os caríssimos membros do Comité Central do PCP precisam de um exame às suas habilitações mentais (como diria esse grande crítico ao movimento Gervásiano, Xôutor Albert John). Todos os pontos descritos acima são cómicos. O Gervásio poderia ainda acrescentar neste post todos os comentários da bancada comunista relativamente à ditadura Cubana. No entanto, deixará essa crítica para os seus apoiantes.

Para terminar, o Gervásio gostaria de aplaudir os comentários e contribuições de “Anonymous” (primeiro comentário ao Gervásio), do agente Zé Bernardino e de Tita Lagarto. Revelaram-se opiniões muito bem argumentadas e bem informadas, irónicas e divertidas ao mesmo tempo, e que têm sido tomadas em consideração pelo Gervásio.

Gervásio
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26 outubro 2006

Afinal a culpa morre solteira!

A notícia diz tudo: "Os seis arguidos no processo relativo à queda da ponte de Entre-os-Rios saíram ontem absolvidos do Tribunal de Castelo de Paiva. Nenhum foi responsabilizado criminalmente, com o colectivo de juízes a considerar que os arguidos cumpriram com as obrigações de que estavam incumbidos, não se tendo feito prova suficiente para concluir que tivesse havido qualquer "violação de regras técnicas"." in DN (21/10/2006)

Porém, explorando mais detalhes da noticia o Gervásio fica algo perplexo: Para os juízes, "não se fez prova de que o pilar P4 não estava em segurança" nem de que a protecção com uma base de pedra deste pilar - que ruiu e originou o colapso da ponte - garantisse a sua segurança.
Ora bem, de facto depois desta conclusão por parte dos juízes, será que nós, "juízes de bancada" poderemos concluir que então o pilar P4 se encontrava em segurança à data do acidente?

Mas há mais: Uns arguidos foram ilibados porque no contrato firmado com a sua empresa não figurava qualquer reforço dos pilares, enquanto que outros (técnicos da ex-JAE) saíram em liberdade já que cumpriram os padrões de exigência exigidos para uma inspecção à ponte, uma vez que o pedido limitava-se à zona do tabuleiro, pelo que a inspecção foi "adequada".
A extracção de areias nas imediações da ponte, uma actividade muito referida pelos familiares das vítimas como potenciadora da queda, também não ficou provada.

A pergunta que urge responder é: mas afinal quem é o responsável pelo facto da ponte ter caído? Foi a água que corria na altura debaixo dos pilares? Foi, sem dúvida em grande parte responsável.
Mas será que quem pediu para que fosse exclusivamente inspeccionado o tabuleiro da ponte, não é em parte (mesmo que uma ínfima parte) responsável? Será os técnicos responsáveis pela inspecção não podiam ter tido uma dose de excesso de zelo e por isso ser (mesmo que) numa ínfima parte responsabilizados?
A conclusão que se tira é que não. Em Portugal a culpa morre (quase) sempre solteira!
Gervásio desabafando: "Talvez seja resultado do país que temos, ou quiçá, o país que temos talvez seja resultado disto..."
Ora ontem, o Sôutor Jorge Coelhone no programa "Quadratura do Círculo", da SIC Notícias, manifestou precisamente esta preocupação. Mas o Gervásio, macaco curioso, pergunta desde já ao Sôutor: Não deveria ter sido o Sôutor, antes de se demitir do cargo, a apurar internamente os responsáveis pela estrada em questão e a destituir imediatamente das respectivas comissões de serviço os dirigentes em funcões na altura?
Esperemos que tenha a oportunidade de responder no próximo programa.

Gervásio
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22 outubro 2006

De España nem bons ventos, nem bons casamentos

Quase metade dos Espanhóis quer a união entre Portugal e Espanha, de acordo com uma sondagem realizada por um media Espanhol. Entre os que favorecem a fusão, 43,4% dizem que o novo Estado deve chamar-se España, contra 39,4% que favorecem a opção de "Ibéria" (não obrigado. Nós já temos a TAP!). Apenas 3,3% dos indivíduos favorecem ver Lisboa como a capital do novo Estado, contra 80% que querem Madrid, e a maioria apadrinharia o regime monárquico actualmente existente no país vizinho.

A sondagem surge semanas depois de o semanário português "Sol" ter revelado uma sondagem que indicava que 28% dos Portugueses favorecem a união com Espanha.

Os 28% de Portugueses devem-se ter equivocado com a sondagem (destes 28%, alguns devem devem viver em Olivença). O mais interessante é ver que, depois de 900 anos de vizinhança, os Espanhóis ainda sonham em controlar Portugal. O Gervásio tem agora a certeza que Aljubarrota não foi suficiente para (des)convencer os Españoles. Para além disso, seria uma união impossível pois a tortilla nunca conseguiria ocupar o lugar do bacalhau como prato nacional! Caríssimos nuestros hermanos (?): esta União não ia resultar! Já não vos chega ter de aturar os Bascos, Catalães e companhia? Portugal continua fechado a qualquer invasão Espanhola!

E você? Quanto tempo mais vai levar a comentar? O nosso Ministro sombra dos Negócios Estrangeiros, Xoutor Dom De Aguiar y Hormigo, irá, a seu tempo, expôr a posição oficial Gervásiana em maior detalhe.
A propósito desta sondagem, e porque sabemos que a nossa bandeira seria a preferida por Portugueses e Espanhóis, aproveito para relembrar o significado das cores e símbolos da Bandeira Portuguesa, instituída em Novembro de 1910, pouco depois da implantação da República em Portugal (5 de Outubro de 1910):

Verde: O verde simboliza as nações que são guiadas pela ciência. Na versão popular simboliza a esperança no futuro.
Vermelho rubro: O vermelho é a cor das revoluções democráticas que desde o século XVIII percorreram a Europa, como a revoluções de 1848, a Comuna de Paris (1871) ou a revolução republicana em Portugal de 31 de Janeiro de 1891. Simboliza a luta dos povos pelos grandes ideais de Igualdade, Fraternidade e Liberdade. Na versão popular simboliza os sacrifícios do povo Português ao longo da sua história.
Esfera armilar: Emblema do rei D. Manuel I (1469 -1521) e que desde então esteve sempre presente nas bandeiras de Portugal. Simboliza o Universo e a vocação universal dos Portugueses. Na versão popular simboliza os descobrimentos Portugueses.
Escudo: O Escudo de Armas remete para a fundação de Portugal. Simboliza a afirmação da cultura ocidental no mundo, e em particular dos seus valores cristãos. Os castelos e quinas evocam conquistas, vitórias e lendas ligadas à fundação de Portugal por D. Afonso Henriques.

Gervásio
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18 outubro 2006

Os sôutores merecem uma negativa!

Nos últimos dois dias Portugal assistiu a mais uma greve nacional de professores e educadores de infância. Em causa está a proposta do Ministério da Educação de alteração ao estatuto da carreira docente, nomeadamente a divisão da carreira em duas categorias (professor e professor titular) e a imposição de quotas para aceder à mais elevada, bem como um modelo de avaliação de desempenho, que inclui critérios como a apreciação dos pais e as taxas de abandono e insucesso escolar dos alunos.

O Gervásio não podia deixar de comentar este cancro que são as federações sindicais de professores em Portugal que muito têm contestado as propostas do Ministério da Educação. No entanto, o Gervásio já nem precisa de entrar em detalhes técnicos em relação a este dossier. Não faz sentido absolutamente nenhum apelar a uma greve nacional a meio de um processo negocial. Apenas serve para condicionar as negociações, aparecer na televisão e renunciar a qualquer discussão produtiva. O Ministério apresentou três propostas enquanto que os sindicatos pouco proposeram, apenas boicataram qualquer iniciativa para melhorar o sector educativo.

Reconhecemos que parece estranho publicar dois posts seguidos a concordar com medidas sugeridas pelo Governo da República Portuguesa (mas fica contente por assim ser). Como em qualquer carreira no sector privado, apenas os que apresentam melhores resultados conseguem alcançar o topo. O estatuto de carreira dos professores Portugueses não deveria ser muito diferente. O seu método de avaliação já caducou há muito tempo, pois o actual estatuto, em vigor nos últimos dez anos, já provou que não serve para apresentar melhores resultados.

No entanto, há que salientar uma melhoria no comportamento da Sindical: já não convocam greves para as sextas-feiras (para assim irem de fim de semana prolongado para o Algarve?). Desta vez foi numa terça e quarta-feira. No final da greve, limitam-se a discutir percentagens de participação e adesão à greve em vez de se centrarem no essencial da questão. No entender do Gervásio, os sôutores merecem uma negativa!

Gervásio
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16 outubro 2006

Eu tôu malucô!

O Ministro das Finanças defendeu há umas semanas que é injusto serem todos os Portugueses a pagar o sistema de saúde especial dos funcionários públicos (ADSE), que em 2005 registou um défice de quase, imaginem, um bilião de euros. O Ministro acrescentou ainda que não é justo que sejam todos os Portugueses a pagar por um sistema de saúde que só os funcionários públicos usufruem.

Deste modo, está em discussão um aumento das contribuições para a ADSE pelos funcionários públicos. Caríssimos: sabiam que apenas 12,5 por cento dos gastos com a ADSE são pagos pelos funcionários públicos? Isto dá que pensar... e não se esqueçam que os funcionários públicos, além de beneficiarem da ADSE, ainda podem usufruir do sistema público de saúde.

Como o Gervásio não é um bota-abaixo, achou importante anunciar ao mundo que Portugal não é só Valentinos e Fátimas, Isaltinos e Albert Johns. Também há gente com coragem. Sim, pois para pôr em "xéke" o status quo é preciso ser maluco... ou então ter super-poderes. Claro que não se fizeram esperar manifestações em todo o País contra as declarações do Ministro e ameaças de greves gerais proferidas pelos sindicatos. A oposição não quis ficar atrás e fez questão de pôr a cassete. Ambas as partes deviam perceber que estas medidas são uma acção de justiça social + actualizar as tabelas de um sector que está em constante evolução tecnológica. O pior vai ser mesmo ouvir o disco de vinil (é que nem é K7) da CGTP Unidade Sindical a abrir telejornais nas próximas semanas. Fico à espera de reacções dos nossos amigos funcionários públicos e afins a este post!

Gervásio
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11 outubro 2006

"Made in Portugal", o programa alternativo

Aqui há uns dias o Gervásio viu nas notícias um projecto divulgado pela AEP, na figura do seu ilustríssimo presidente Ludgero Marques, que visava apelar ao Patriotismo dos Portugueses, fazendo-os crer que realmente estão a fazer um bem à nação ao comprar produtos portugueses pelo simples facto de terem um selo com a indicação “Compro o que é nosso” e "Made in Portugal" (não sei porquê, mas fez-me lembrar logo o "saudoso" programa da TV sobre a música Pimba). Ora obviamente aqui o macaquinho começou logo a coçar a cabeça...

Ó Xoutor, acorde para a vida!!!! Comprar produtos baseando-nos exclusivamente no nosso elevado patriotismo, não só seria estúpido como também seria/é extremamente contraproducente.

Os empresários portugueses têm de perceber de uma vez por todas que os consumidores são racionais (ou seja, não são estúpidos!) e não vão comprar um produto só pelo simples facto de ter lá uma indicação de que é um produto nacional. Se aqui o macaquinho tiver uma banana da Madeira e um "plátano de Ecuador" ao mesmo preço, obviamente que escolhe a da Madeira. Mas se a da Madeira custar o dobro da do Equador aí não vale sequer a pena gastarem dinheiro em selos "Made in Portugal". O Gervásio pode ser macaco, mas não é burro!

Hoje em dia os consumidores em geral vão normalmente comprar um produto que lhes dê garantias de qualidade ao melhor preço. Sublinho... qualidade! Hoje em dia se não se competir em termos da qualidade e diferenciação dos produtos é impossível, a longo prazo, competir com países que conseguem produzir a um custo mais baixo. Se os produtos portugueses não conseguirem competir com estes pressupostos de mercado, nunca seremos competitivos! No entanto, aquele selo não é seguramente, por si só, garantia de qualidade para ninguém. Será que, se os produtos não têm qualidade, o consumidor português é suposto ser a Santa Casa da Misericórdia para as empresas? E diria mais, mesmo que o seja, será que as empresas portuguesas a longo prazo irão beneficiar disso?

A propósito disto lembro-me do caso da PT, que até pode ser alargado ao caso de todas as grandes “pequenas” empresas portuguesas (há quem diga que são grandes, outros que são pequenas, por isso para agradar a todos ponho os dois termos).

As “grandes” pequenas empresas portuguesas (das quais o melhor exemplo é a PT, mas onde também podem ser englobadas a Galp, a EDP, a Cimpor, a Brisa, etc.) são claros exemplos de empresas quasi-monopolistas ou oligopolistas nos mercados onde operam. É sabido que nos mercados monopolistas ou oligopolistas o principal perdedor é sempre o consumidor porque acaba por ter de pagar um preço superior pelos produtos/serviços.

Ora vimos na OPA recente de que esta empresa foi alvo, que o facto de não se ter “modernizado” (não no sentido tecnológico, mas do ponto de vista do negócio) levou à sua queda. É caso para dizer que não morreu da possível doença (ou seja, da perda, em grande volume, de consumidores), mas acabou por morrer da cura (a situação quasi-monopolista em que operava tornou-a demasiado apetecível para compra por parte de outra grande empresa).

É incrível como este tipo de empresas parece aproveitar o mercado português para fazer lucros e depois corre rapidamente para o estrangeiro esbanjá-lo, depauperando não só os consumidores portugueses, mas a globalidade da economia.

Pois é, caros amigos do Gervásio, em última análise a culpa do nosso país ter a economia que tem deriva também desta falta de concorrência. Fica para vossa reflexão…

Gervásio.
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09 outubro 2006

Os "Rapazotes" andam saídos da casca!

A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) manifestou-se o mês passado contra a eventual abertura de novos cursos de medicina, alegando que as actuais escolas médicas já disponibilizam "um excesso de vagas" em relação às necessidades do país. "Em causa está a ideia que se tem generalizado nos últimos anos de que são precisos novos cursos de medicina, mas criticamos em particular a recente petição da JSD/Algarve a pedir um curso de medicina na Universidade do Algarve", disse ao Gervásio a presidente da ANEM, Rita Rapazote.

Segundo a ANEM, nesta petição, já entregue na Assembleia da República, a JSD refere que entre 2013 e 2020 haverá um défice de médicos devido a um aumento do número de aposentações, ultrapassando o número de novos licenciados.

Os estudantes de medicina contrapõem que um estudo do Grupo de Missão Para a Saúde de 2003, coordenado pelo "professor" (professor doutor, topas?) Alberto Amaral, conclui que entre 2000 e 2020 deverá verificar-se um excedente de 6.350 (reparem bem na precisão deste estudo) novos licenciados relativamente ao número de aposentações. "A estes dados, já de si preocupantes, acrescenta-se a agravante das imigrações médicas (especialmente de Espanha e da República Checa), bem como o crescente aumento do numerus clausus", sublinha Xôutora Rapazote. "A implementação de um novo curso implicaria uma grande concentração de recursos, quer a nível de infra-estrutura quer de equipamentos, aumentando o orçamento da formação por cada aluno, que actualmente é de mais de 10 mil euros por ano", argumentam.

Ó Xôutora Rapazote: Os médicos em Portugal ganham exorbitantemente bem (aqui no exílio eles custam bem menos), os hospitais andam a recrutar médicos e enfermeiros Espanhóis (pois parece que os médicos Portugueses só querem é ter o seu consultório privado) e o lobby da indústria médica continua a cheirar mal (não vou falar dos farmacêuticos, caso contrário teríamos matéria para debitar até ao final da semana!). Os Xôutores andam aterrorizados com a competição de médicos estrangeiros (fazendo choradinho e tentando boicotar projectos nacionais de inserção social e profissional, incluindo programas de fundações e organizações não governamentais), o sistema continua com lacunas e falta de eficiência, só os marrões conseguem ser médicos enquanto que os que têm vocação vão para enfermeiros, e a Xôutora Rapazote não está contente por ser uma privilegiada?

O nosso Ministro Sombra da Saúde, Xôutor Dos Santos, irá, entre outras coisas, explicar-lhe que um dentista custa 60 euros em Lisboa e em Londres custa 15 libras e que para tirar uma simples radiografia num hospital público tem-se de tirar um dia de férias enquanto que cá fora leva 1 ou 2 horas.

Gervásio
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05 outubro 2006

Cavaquinho Silva responde a Gervásio

O Presidente da República Cavaquinho Silva não perdeu tempo a reagir à critica do Gervásio em relação à corrupção em Portugal publicada ontem. O Excelentissimo não perdeu tempo a apelar a todos os Portugueses para que se empenhem na luta contra a corrupção e na moralização da vida pública, sublinhando que esta é uma tarefa que cabe "em primeira linha" aos políticos (ver declarações de Cavaquinho Silva durante a sua intervenção de hoje na cerimónia das comemorações dos 96 anos da proclamação da República). Sublinhou ainda que a corrupção "tem um potencial corrosivo para a qualidade da democracia, que não pode ser menosprezado".

Ficamos satisfeitos por estas declarações e pelo facto de Cavaquinho Silva ouvir e reagir a este blog e à critica Gervasiana. O Blog do Gervásio começa, com certeza, a incomodar muita gente.

Gérvasio
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04 outubro 2006

Até já lá fora damos nas vistas...

OCDE preocupada com corrupção em Portugal

"Depois da UE ter pedido um reforço da vigilância sobre políticos, chegou a vez da OCDE vir estudar o crime económico nacional.
Uma delegação da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) vai analisar na próxima semana até que ponto Portugal participa em esquemas de corrupção internacionais. Os avaliadores vão reunir com políticos, funcionários públicos e jornalistas. “Conversas confidenciais, para perceber tendências e comportamentos”, explica fonte oficial."

Bem, pelos vistos Portugal é um case study da corrupção para a OCDE. Até já lá fora chegam os ecos de casos como o do "apito dourado", o dos "marinheiros" e outros que tais (são tantos e tão complexos que a memória do Gervásio só consegue neste momento pensar nestes dois!).
De facto, senhores como o Valentão, o Bimbo da Costa, o Rui "Nacional" (e outros que dariam uma lista tão infindável que não caberiam nas páginas do Gervásio) fazem mais pelo turismo português que qualquer campanha do ICEP ou do Ministério do Turismo (ooops, afinal este não, que já não existe!). Reparem que até já vem uma delegação de estrangeiros visitar essa peculiaridade do nosso país!
O nosso muito obrigado então aos que se dedicam à essa actividade! Em termos de corrupção, segundo uma notícia saída hoje estamos em 16º lugar. Será que é desta que vamos bater recordes no turismo?

Gervásio
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02 outubro 2006

Telenovela Brasileira + "O Fugitivo" = Fátima F

Enquanto presidente da câmara, Fátima F terá encaminhado ilegalmente para o FC Felgueiras verbas que ultrapassaram os 3 milhões de euros. A acusação do Ministério Público responsabiliza ainda o ex-presidente Júlio F e cinco ex-vereadores da Câmara de Felgueiras pelo esquema de transferência de verbas para o clube. Faz hoje um ano que a "autarca" regressou do Brasil.

Um ano depois do atribulado regresso do Brasil, onde durante quase dois anos e meio se refugiou para escapar à prisão preventiva, Fátima F não só conseguiu recuperar o cadeirão da presidência da Câmara de Felgueiras como viu ser-lhe revogada a ordem de prisão.

Paralelamente, uma judiciosa utilização dos mecanismos processuais tem evitado que se tenha já sentado no banco dos réus para responder pelos 23 crimes, a maioria de corrupção, de que está acusada no caso do "saco azul" socialista.
No entanto, para além do mediático processo relacionado com o esquema de financiamentos ilegais para o PS, o cerco da Justiça aperta-se cada vez mais em torno da autarca. Depois de nos últimos meses ter sido constituída arguida em vários outros processos e ter visto há dias confirmada pelo Tribunal da Relação de Guimarães uma condenação que lhe tinha sido aplicada (à revelia) pelo Tribunal de Fafe, a "autarca" enfrenta agora aquela que parece ser a acusação mais complicada: os financiamentos ilegais ao futebol.

Aceitam-se apostas: Qual será o final da Senhora Dona Fátima? Este escândalo mais parece uma mistura entre uma telenovela Brasileira e "O Fugitivo", a diferença é que o final da história não vem na TV Guia (mas até podia vir! Ou não?). Mas temos de dar algum crédito à Xôutora: fugir à PJ daquela maneira (nem o Harrison Ford conseguiria), andar pelo Brasil durante dois anos e meio (sem ser baleada) e voltar a Felgueiras para ser coroada a rainha da noite com 47,68% dos votos não é para qualquer uma!

Gervásio
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