29 novembro 2006

As Aventuras do “Major" Valentão – 2º Episódio

Depois do episódio das “Batatas com Açúcar”, vimos trazer-lhe o 2ª Episódio cronológico desta saga do "Major" Valentão – um misto entre “Banqueiro do Povo” e “Palavras Cruzadas”.


Anos 70 e 80
Em 1973, o "Major" Valentão, qual Dona Branca, decide emprestar dinheiro aos clientes das suas lojas de electrodomésticos para investirem na Bolsa. O Banco de Portugal multou-o por esse motivo, mas com esta atitude mostrou que é um homem com coração!

Por volta de 1975 ter-se-á dado a primeira incursão no mundo da política. Alegadamente, o "Major" era um dos principais financiadores no Norte do Movimento de Libertação de Portugal (MDLP), a principal organização contra-revolução, e que estaria disposta a tomar o controlo do país à força caso o país tivesse de novo uma ditadura, desta vez fomentada pelo PCP. Rumores levantados na altura indicavam que o Xôr "Major" "aproveitou o MDLP para fazer negócios" como só ele sabe fazer: eventualmente, terá arrecadado o dinheiro de um livro que ia ser editado pela Igreja de Braga. Valentão sempre negou estes rumores e desafiou a polícia a encontrar as suas ligações ao movimento, gritando as já célebres palavras de ordem “Quantos são? Venham todos!”

Os anos 80 foram os mais calmos da vida adulta do Xôr "Major". Mesmo assim, em 1980, foi condenado no tribunal de Pombal a uma pena de prisão, depois substituída por multa, por injúrias a um soldado da GNR. Talvez ainda estivesse chateado com os rumores dos anos 70, mas vindo da personagem em questão diríamos que tem mesmo a ver com o temperamento.

Não perca os próximos episódios desta novela de produção totalmente nacional! Nelas encontrará histórias de maior rebeldia ainda e episódios de violência e insultos.

Gervásio.
E você? Quanto tempo mais vai levar a criticar?

23 novembro 2006

Comunicado aos lobbies

“A Ordem dos Notários (ON) vai avançar com uma acção de indemnização contra o Estado por se sentir prejudicada pelas alterações introduzidas pelo Governo, que permitiu aos advogados e solicitadores realizarem actos administrativos que eram exclusivos dos notários. (…)Após a privatização dos notários, foram feitas alterações ao Código das Sociedades que veio prever que advogados e solicitadores possam autenticar documentos, uma competência que era do foro dos notários.”

Depois desta recente notícia do Jornal de Negócios o Gervásio pretende fazer um comunicado para que mais nenhuma destas entidades se sinta enganada ou defraudada:
Comunicado: O Gervásio quer informar pelo presente comunicado que normalmente as leis de um país mudam. Mais ainda, pretende esclarecer as diversas ordens, corporações, confederações, sindicatos e demais lobbies deste país que o facto de algo lesivo aos interesses do país tende habitualmente a ser alterado, por mais fortes que sejam as pressões efectuadas pelas ditas associações.
E uma vez que já não é a primeira vez que isto acontece (lembro-me, por exemplo, da reclamação da Associação Nacional de Farmácias no caso da liberalização da venda de medicamentos nos hipermercados), o Gervásio alerta ainda para o facto de situações de monopólio locais na venda de bens e serviços, por serem especialmente lesivas para os consumidores portugueses, tendem a desaparecer, tal como aconteceu neste caso.

Pois é, os interesses instalados contam sempre com “o ovo no cu da galinha” (perdoem-me a expressão…) e beneficiam muitas vezes da inoperância ou dos vazios legais. Ainda bem que isso gradualmente está a mudar.
Com este comunicado espero que estejamos a ajudar estas associações a perceber isso. O que não podem é esperar que o Gervásio se solidarize com o vosso "sofrimento"...

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a perceber?

19 novembro 2006

As Aventuras do “Major" Valentão – 1º Episódio

Anos 50 e 60
Era uma vez um aspirante a Xoutôr chamado Valentão. Em 1958, e com apenas 20 anos, é acusado de falsificar a assinatura de um colega na Escola do Exército, para poder comprar coisas na loja da escola com o ordenado do colega. Depois de ser desmascarado, é expulso da escola.

Em 1965 vai comandar o Depósito Avançado de Víveres em Angola, São Salvador. Adjudica o fornecimento de batatas a um comerciante pelo preço de 4$00, quando na verdade o quilo custava 3$50. Dos 50 centavos de "lucro", Valentão fica com 35 e o outro oficial com 15. No total, o “Capitão” arrecada a excepcional quantia de 258.505$00, o que a preços de hoje daria mais ou menos 75 mil euros. Depois de mais uma extraordinária aventura, só ao alcance dos sobredotados, o Xôutor é expulso do Exército, onde é reintegrado e promovido a “Major” em 1980, passando de imediato à reserva.

Não percam os próximos episódios desta novela da vida real, onde a figura principal mostra ser possível subir na vida enganando os outros. Você também poderá ter um Porsche 924, um BMW 728i, um Mercedes 280S e ainda um Volvo 245, bastando para isso desrespeitar ou contornar a Lei, não ter códigos de ética e de conduta e nascer com o dom de chico-espertismo.

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a perceber?

15 novembro 2006

A crítica Gervásiana continua a ser tomada em consideração!

A crítica Gervásiana continua a ser tomada em consideração. O Ministério da Justiça vai reforçar o orçamento do Ministério Público e da Polícia Judiciária para 2007, com verbas que ultrapassarão em mais de 10% os orçamentos inicialmente previstos para o corrente ano. O novo Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, vai ver reforçados os meios financeiros para pôr o MP a trabalhar e a combater a anunciada guerra à corrupção e ao crime económico.

O Governo responde assim à criação deste blog. Mais uma boa noticia a reforçar a luta contra os interesses estabelecidos. O Gervásio está confiante de que este aumento de 10% possa ajudar a curar um dos maiores cancros da sociedade Portuguesa, e que seja um estímulo efectivo à estratégia Gervásiana de mudar mentalidades. O cerco aos Xôutores de colarinho branco continua a apertar.

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a pensar?

12 novembro 2006

Coitadinhos, eles são tão pobrezinhos...

Nas últimas semanas houve algumas notícias algo contraditórias, envolvendo o sector da banca, que deixaram o macaquinho a trepar lianas. Queria então partilhar convosco as conclusões a que o Gervásio chegou sobre as diversas notícias.

"Impostos liquidados pela DGCI eram assustadores"
Foi assim que o Sôutor Silva Lopes, digníssimo presidente do Montepio Geral, comentou o facto de a Direcção Geral das Contribuições e Impostos ter decidido que não seria exigível imposto relativamente à retenção na fonte sobre juros de obrigações emitidas por aquela entidade através da sua sucursal no exterior. Isto porque, segundo o fisco, existiu boa fé na não retenção destes impostos, uma vez que a banca poderia ter usado o “planeamento fiscal” para ajudar os clientes a fugir à retenção na fonte.
Gervásio - Pois é, caros amigos do Gervásio, o que me ocorre depois de ler esta notícia é que parece que pelos vistos os rendimentos obtidos fora do país por alguém com residência em Portugal não são tributados! De facto, que seria das famílias Jardim Gonçalves e Espírito Santo (entre outras, mas tudo famílias de classe baixa!) depois desta “assustadora” apropriação que o Estado faria destes rendimentos que tanto custaram a ganhar! Eles até precisam mais do dinheiro que as nossas contas públicas! Ufa! Antes desta notícia até já pensava em mudar de república, uma vez que as bananas começavam a escassear!

“Fisco espera ganhar 200 milhões com novas regras fiscais para os bancos”
Gervásio - Pelos vistos o Governo dá uma no cravo e outra na ferradura em relação ao bancos. Perdoa dum lado, mas cobra do outro. Ou será que, tal como indica o Sôutor João Salgueiro, Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, esta medida serviu apenas para desviar a atenção de outras medidas menos populistas no Orçamento de Estado? Talvez tenha acontecido em parte isso, mas Sôutor Salgueiro não concorda que os bancos, tal como a generalidade do povo português, também têm a sua quota parte de responsabilidade no pagamento da crise? Através do planeamento fiscal o sector bancário consegue ser o quarto sector com uma taxa efectiva de tributação mais baixa. Será que as regras de planeamento fiscal não deveriam mudar?

“Disciplinadas práticas bancárias lesivas para os utentes.
No início de Novembro, o governo aprovou em conselho de ministros um diploma que estipula que os arredondamentos no crédito à habitação serão obrigatoriamente feitos apenas sobre a taxa de juro, sem adição do "spread" e tendo como referência a quarta casa decimal. ”
Gervásio - Sobre este tema o Sôutor Salgueiro admitiu que “as alterações retroactivas nos arredondamentos poderiam levar ao aumento do custo do dinheiro”. Surpreendente, no mínimo! De facto, sem estas “práticas lesivas para os utentes” os bancos não conseguiriam manter as famílias banqueiras acima mencionadas acima do limiar de pobreza!
Sôutor Salgueiro, um conselho do amigo Gervásio, não faça este tipo de choradinho nos jornais… sobretudo quando os bancos portugueses em Espanha competem com base nestas regras há já algum tempo, sem nunca os ter ouvido queixar-se!

“No primeiro semestre deste ano, os cinco maiores bancos portugueses tiveram lucros de 1345 milhões de euros (dava para pagar a nova travessia do Tejo!), um aumento de 30% face ao mesmo período do ano passado. Este grupo de bancos pagou de impostos 315 milhões de euros, sendo que a maior fatia individual foi suportada pela CGD, apesar de o banco estatal ter sido o que ficou em penúltimo lugar no valor total dos lucros.”
Gervásio - Depois das notícias anteriores acho que cabe ao leitor tirar as suas próprias conclusões.

Gervásio.
E você? Quanto tempo mais vai levar a tirar conclusões?

03 novembro 2006

Requisitem-me! Eu quero ser ferroviário!

Ontem saiu uma notícia que nos deveria deixar a todos extremamente orgulhosos por conseguirmos ombrear com os países mais ricos da Europa:
O nível salarial do Metropolitano de Lisboa é o segundo mais elevado da Europa. Só os funcionários do sistema subterrâneo de comboios de Viena de Áustria ganham mais do que os trabalhadores do Metro da capital portuguesa. (…) Os maquinistas do Metropolitano de Lisboa recebem, em média, cerca de 2500 euros ilíquidos mensais por três (3???!!!) horas diárias de condução de passageiros.

Pois é, uma das empresas públicas mais deficitárias deste país consegue ser competitiva com as melhores do sector por essa Europa fora em termos de remuneração, o que garante que conseguimos ter os melhores trabalhadores a nível europeu na condução de carruagens por carris no subsolo. De facto uma tarefa só ao alcance dos melhores e de suprema dificuldade!
Parte do seu salário é constituído por um subsídio entre os 317 e os 475 € mensais, que se destina a compensar a tarefa de abrir e fechar as portas do comboio a cada paragem, pressionando um botão! Outra tarefa de extrema dificuldade…

Mas não se julgue que este salário é exagerado! Há diversas razões para o valor dos salários(todos acima dos mil euros) pagos pelo Metro de Lisboa: o facto de trabalharem no subsolo, o facto de ser um trabalho monótono e muito desgastante, em que os trabalhadores passam o dia inteiro a respirar limalha de ferro, como explicou Diamantino Lopes, maquinista e dirigente da Federação dos Sindicatos dos Transportes Rodoviários e Urbanos (FESTRU).

Agora pergunto, ó Sôr Sindicalista Diamantino Lopes, não acha que a maior parte das profissões é monótona e desgastante? E será que os clientes do Metro devem também ser compensados por respirarem limalha de ferro? Bora lá reduzir o valor do bilhete prós 50 cêntimos outra vez!

A verdade é que os trabalhadores do Metro de Lisboa estão descontentes com a actual política da Administração e como tal irão, brevemente, fazer dois dias de greve.
Eu até costumo ser algo compreensivo com estas greves, mas por favor…!!! Apelo à Administração, se for necessária uma requisição civil aqui o Gervásio pode conduzir umas carruagens. Trabalhando 3 horas por dia debaixo do subsolo, com dois dias de folga por semana (sim, nada mau!), não há muita gente por esse mundo a ganhar 2500 € por mês!

Gervásio
E você? Quanto tempo mais vai levar a comentar?